domingo, 28 de setembro de 2014

Em terras europeias

E mais uma vez, escrevo de um aeroporto. Desta vez, foi o Charles de Gaulle que se transformou em meu escritório nada particular. 

Como já havia imaginado que seria, meus dias em Paris foram corridos e intensos, por isso, foi impossível atualizar esse espaço. Afinal, para escrever, é preciso viver! E como vivi nestes quatro dias.

Nem sei por onde começar esse relato. Talvez do começo, alguns dirão. Mas estranhamente me faltam palavras. Logo para mim, que tenho a capacidade de proferir 456565 palavras por segundo.

Não sei se é Paris que fez isso comigo ou assim seria em qualquer que fosse o destino, uma vez que se trata da minha primeira parada nesta aventura europeia. Mas não há como tirar os méritos dessa cidade que parece ter sido milimetricamente criada para encantar quem a visita. A sensação é que 
Paris é de mentira, o cenário perfeito de um filme digno de todos os Oscars.

Mas do que adiantaria uma paisagem sem defeitos, sem personagens carismáticos e um roteiro que encanta? E isso, já adianto sem mistério, eu tive!


Cinco parágrafos após ter iniciado este texto, sei que falei muito e contei pouco, mas neste momento, já me encontro na Itália! São quase 1 hora da matina, estou no meu aconchegante novo quarto e amanhã preciso acordar cedo para meu primeiro dia de aula.

Prometo fazer um relato completo de Paris e contar minhas primeiras impressões de Firenze, ao longo da semana.


Bisous, baci, beijos. (E meu ‘grazie mille’ a quem tem reservado um tempinho para acompanhar meus textos. <3)

terça-feira, 23 de setembro de 2014

É hora de arrasar Paris em chamas!

É hoje! É daqui a pouco! É daqui a uma hora!

Neste momento, escrevo direto da sala de embarque do aeroporto de Confins! Sozinha, abandona e fazendo muito drama, claro, afinal ninguém fica totalmente sozinha conversando com mil pessoas ao mesmo tempo pelo whatsapp. Mas como rainha do drama que soy, não poderia perder essa oportunidade.




Aliás, devo dizer que agora sou uma drama queen, com coroa! Ontem fui oficialmente coroada por minha amiga Carol (aka Feia), que me deu o acessório real como parte de uma missão para tirar foto em Paris (que óbvio, só revelarei depois de tirada, para dar ibope neste endereço). Mas devo dizer algo, caros milhares de leitores: não inventem de desafiarem sua amiga a fazer uma foto dançando a dança dos sete véus no Marrocos! Você poderá receber um king kong em troca (no caso, um lindo queen kong!)



Mas é isso! A ansiedade não me deixa escrever muito além dessas baboseiras. Na próxima vez que atualizar esse espaço, estarei arrasando Paris em chamas!

E tenham a ousadia me abandonarem aqui! Falar sozinha é triste, até mesmo em Paris!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Check list

A cada segundo que passa, mais próxima me vejo da viagem. E tenho me permitido curtir intensamente cada instante dessa preparação. Minha irmã brinca que “vesti a roupa de viajante” e não poderia haver definição melhor do que essa. 

Para mim é fundamental cuidar de cada detalhe e me certificar que seja possível realizar cada experiência que sonhei vivenciar um dia nesses destinos. E acredito que arrumar a mala com calma faça parte desse processo. Há alguns meses já havia feito uma pré-lista de peças que gostaria de levar, por acreditar que combinam com as cidades por onde passarei (muita gente vai achar uma grande bobagem isso, mas me deixe ser feliz e não me julgue! Também quero ostentar look do dia europeu!).

Há uma semana, comecei a rechear minha mala e a quatro dias de embarcar, posso dizer que está quase tudo arrumado. Isso me deixa imensamente mais tranquila, pois reduzem as chances de deixar algo importante para trás.


Mas a preparação vai bem além da bagagem! A trilha sonora que irá embalar parte da viagem também é muito importante para mim, afinal todo mundo sabe como músicas têm o poder de nos transportar para momentos que marcaram a nossa vida. E quero garantir as melhores memórias musicais. A Banda do Mar, Marcelo Jeneci e Carla Bruni já carimbaram o passaporte no meu ipod. Alguém sugere outros artistas para a minha playlist?


Por fim, livros! Passarei horas dentro de um avião sozinha (procurei no site da TAP como garantir um companheiro gato e solteiro ao meu lado, mas não achei!), por isso distrações são bem-vindas. E não há companhia melhor (além do solteiro gato) do que uma boa leitura, né? Comprei o romance “Mil dias em Veneza”, baixei “Anna e o beijo francês” (mas já estou no fim dele) e devo comprar algum outro título temático. Mais uma vez, aceito sugestões. 

E como não poderia faltar, minhas doces companhias de voo: balas, chicletes e chocolates. Porque pareço criança mesmo e isso vai muito além do tamanho e aparência! 

Por enquanto, é isso! E agora vem o frio na barriga, aquele medinho de estar esquecendo algo fundamental. São Longuinho me ajude a lembrar! 

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Não é um momento drama queen

Uma coisa me impressionou durante os meses que antecederam a viagem: como todo mundo está viajando para a Europa! A cada pessoa que me falava que também estava indo para um dos meus destinos ou que acabou de voltar, eu só pensava uma coisa: Que alegria deixar de me sentir um ET e também estar, finalmente, com data marcada para viajar! 


Não sei se isso é geral, mas nesse meio das modas é algo impressionante! Se você não sabe responder se prefere morar em Londres ou Paris e argumentar com propriedade a sua escolha, você provavelmente se sentirá um estranho no ninho. Sempre que surgia algum assunto neste estilo, eu prestava uma atenção absurda às bolhas do espumante, ao azul do céu, ou qualquer outra coisa que me transportasse mentalmente para outra dimensão. E esse não é apenas mais um momento drama queen!


A cada dia descubro um conhecido novo que estará próximo a mim, durante a minha viagem. Embora sempre tenha escutado que o mundo é muito pequeno, para mim ele sempre pareceu de uma imensidão infinita. E antes mesmo de eu embarcar, já constato que o tamanho que dei a ele, é como o de uma criança que, diante de uma escada, a enxerga como um monte Everest a ser escalado. Somente ao crescer, ela se dá conta de sua real dimensão.


E, agora, estou cada vez mais próxima para subir esses degraus e ver o quê – e quem - encontro lá do alto – e qual paisagem me espera!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Fé em Deus e pé na tábua

Hoje começa oficialmente a contagem regressiva da viagem! Faltam 7 dias para eu embarcar rumo à mais sonhada experiência da minha vida!

E ao longo desses meses de preparação, concluí mais do que nunca que, independentemente de religião, deve ser muito triste viver sem fé. Eu tenho e muita! E cada dia mais recebo provas de que Ele está olhando por mim. Por que estou dizendo isso? Veja bem: no meio desse turbilhão de crises tive, antes de resolver contar com ajuda profissional para resolver tudo do intercâmbio, fui a um evento e, do nada, uma conhecida da minha amiga Fabíola me ouve falando da viagem e diz que também irá a Paris na mesma época em que eu e deveríamos dividir um apartamento. Sim! O que mais estava me tirando o sossego estava prestes a se revolver assim, como um presente divino!

Embora no fim eu não vá ficar com essa moça mais, na época foi fundamental para dar tranquilidade para mim (e meus pais) e assim eu poder levar adiante os planos da viagem. Mas o melhor estava por vir! 

A Biltty, a amiga que citei acima e colega de trabalho, resolveu me encontrar na cidade francesa na mesma época, após concluir o seu curso de inglês em Londres. Antes mesmo dela embarcar, já havíamos até criado todo o roteiro para curtir o máximo possível de Paris, nesses quatro dias por lá! 


Na semana passada, mais um presente extra para a lista: A Biltty iria se hospedar na casa de uma amiga até me encontrar em Paris e decidir de ficaria no mesmo apartamento que eu alugaria. Mas até então, eu não tinha encontrado nenhum endereço para ficar. Pois agora eu tenho!! Essa amiga dela me convidou para me hospedar em sua casa também! <3

E calmaaaa que as notícias boas não param por aí! A prima de uma outra grande amiga se mudou par Barcelona e me convidou para me hospedar na casa dela. Sério! Se isso tudo não for sinal divino de que eu realmente devo ir e que será tudo perfeito, não sei o que pode ser (e nem quero saber de outra possibilidade!).


Com tudo encaminhando tão bem, não tinha como ser diferente: Não poderia estar mais animada, empolgada e ansiosa para iniciar logo a minha aventura europeia. E o melhor: Super bem acompanhada!

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Momento interrogação

Como disse anteriormente, a princípio, eu iria resolver tudo sozinha (metida a independente, né?), sem ajuda de uma agência e, no meio do caminho, mudei de ideia. E explico a razão: A cada decisão que eu tomava em relação à viagem me dava uma alegria imensa, mas aumentava igualmente a minha ansiedade. Fora que tomar tantas decisões sozinha, sem a ajuda de uma agência de intercâmbio, é mais econômico, mas incrivelmente mais trabalhoso.

Chega a ser um peso saber que cada detalhe está em suas mãos e se algo der errado, só depende de você resolver. E essa responsabilidade, somada às contas em euros, acabou tornando a pré viagem mais complicada do que imaginei.


Três meses antes de embarcar, meu corpo sentiu tudo isso e tive uma crise de ansiedade absurda. A ideia de não ter tudo definido ainda e ficar alguns dias sozinha em Paris estava me tirando aquela deliciosa empolgação pré-viagem. Foram dias passando mal durante a noite, até ir ao médico e receber o diagnóstico de ansiedade. O engraçado é que no mesmo dia fui ao dentista e ele também disse que eu estava muito ansiosa, acreditam? 

A crise foi tão grave que meus pais chegaram a conversar e decidiram que iriam me proibir de viajar. Eu mesma fiquei tão assustada que cheguei a me dar um prazo: se ficasse mais uma semana mal, cancelaria tudo! 

Congela.... (Só pra dar um gancho dramático bem ao estilo Avenida Brasil, para o próximo post!)

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Os primeiros rascunhos de uma experiência viajante

No dia 23 de setembro embarcarei rumo a essa que espero que se torne a melhor experiência da minha vida até agora. E convido vocês a vivenciarem comigo a expectativa para começar a vivenciar esses momentos tão desejados. 

A realidade é que a minha viagem começou há alguns meses. No silêncio da madrugada, em meu escuro quarto, passei algumas incontáveis noites pesquisando o meu sonho, que ainda me parecia tão distante e improvável. 


Sabia que queria conhecer lugares nunca visitados por mim. Mas eram (e ainda são!) tantos os destinos onde eu desejava carimbar no meu passaporte cheio de espaço em branco, que todas as opções pareciam tentadoras. Mas uma em especial se mostrou de cara a tradução de tudo o que eu desejava. 

Passar três semanas vivenciando uma nova cultura, em uma das mais belas paisagens do mundo, saboreando a irresistível culinária italiana, sempre acompanhada de um bom vinho. Como não se render a todos os atrativos que a região da Toscana me apresentou em uma única leitura, em algum blog de intercambista com português mal escrito? 

Eu sequer tentei resistir. Me joguei de cabeça na ideia de conhecer o berço do renascimento, na inspiradora e fascinante Firenze. E nada mais me pareceu tão atraente. Nenhum outro destino fez com que eu me sentisse mais segura e ansiosa, como jamais havia estado antes. Era o mais certo, dentre um mundo de incertezas. Só sabia, a partir daquele instante, que a viagem dos meus sonhos tinha destino definido e um sabor especial de gelatto. 


Como resolvi ir sozinha, com muita coragem e ajuda do Google Translate para me virar, me inscrevi em uma escola de curso de italiano para estrangeiros. Uma ótima desculpa para viajar: vou ali aprender italiano e já volto! Afinal, nada mais útil nos dias de hoje do que estudar o idioma, né? Vai que, sei lá, você encontra um bello ragazzo perdido em sua cidade? Só de saber falar “bello ragazzo” já saiu na frente das outras interessadas. 

Não se assuste com esse pensamento. Vivo em uma cidade em que a matemática é próxima a 235 mulheres para cada homem, ou seja, caso de sobrevivência ter um diferencial assim, concorda? Certeza que qualquer belorizontina me entende!

Pois bem. Depois de passar por várias crises de ansiedade ao tentar fechar tudo sozinha, escolhi uma agência de intercâmbio para me ajudar com toda burocracia da viagem. Escolhida a escola, que cuidou de selecionar o apartamento que será meu lar por três semanas no início do outono europeu, vi que poderia ampliar um pouco mais o meu roteiro.

Um das grandes vantagens em se viajar para o velho continente é a facilidade de passar por diferentes países, em um curto período. E por coincidência divina, uma semana antes das minhas aulas começarem em Firenze, acontecerá a Paris Fashion Week. 


Imagine o que é para uma jornalista de moda ter a possibilidade de acompanhar o clima da principal semana de moda mundial, onde desfilam as marcas mais luxuosas, os fashionistas mais badalados! Um sonho tão grande, que mal me permitia imaginar isso! É o equivalente ao que os jornalistas esportivos sentiram neste ano ao vivenciar a Copa do Mundo por aqui! 

E cá estou eu! Pronta para marcar esse gol digno de final de campeonato na minha vida. Comprei as passagens rumo a esse sonho e, de quebra, ainda resolvi curtir alguns dias em Barcelona, logo que acabar o meu curso em Firenze. O que mais eu posso pedir?